segunda-feira, 25 de abril de 2011

"O ser político"

Aristóteles definiu o homem político de forma a situá-lo num patamar social igualitário, sendo ele favor ou contra as regras impostas. Se pensarmos na definição em sua prática, observaremos que o homem não viverá isolado, e se isto acontecer será excluído da sociedade, de modo que denotará sua ausência deste meio, como sendo uma exclusão necessária. Ou de forma mais objetiva e concisa: excluído por inadequação ao meio social em que vive.

O homem considerado um ser político é aquele que na tomada de decisão, elege os pós e contras, assume uma postura e engajado nela, luta pelos ideais que almeja. Este não será, de forma alguma, manipulado pelo monopólio do poder, estará sempre à frente de suas decisões, mesmo sabendo que dela dependerá a união de outras.

Gestos simples, como admitir um princípio como sendo o melhor para o bem comum, torna-se um ato político. Assim como as escolhas que fazemos diariamente: tomar decisões e comunica-las, por exemplo, é um ato político.

Não é necessário relacionarmos política a corrupção, a banalização e as falcatruas que temos assistido. Ignora-las é demasiadamente inoportuno, mas levá-la ao cume de que ser político é ser imprestável, é extremamente exagerado.

Alienar-se aos fatos que envolvem uma nação é repudiar o direito que adquirimos ao longo de anos de lutas: o direito à liberdade e a democracia. Cegar a vista diante do invisível ou emudecer diante das agressividades impostas pelos supostos detentores do poder é, sem dúvida nenhuma, deixar de ser homem, deixar de ser político e acima disso tudo: deixar de ser um animal dotado de sabedoria racional.

Anita Fogacci
Publicado no Recanto das Letras em 22/11/2006
Código do texto: T298585


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